A neofobia alimentar é caracterizada pelo ato de recusar ou ingerir pequenas quantidades de um alimento novo, é mais comum em crianças com idade entre 1 e 7 anos.
Muitas vezes, as crianças rejeitam os alimentos sem nem mesmo prová-los. O que os pais precisam saber é que isso não quer dizer que a criança sempre vai recusá-los. Eles poderão ser aceitos em uma outra ocasião, desde que sejam oferecidos novamente.
Estudos sobre a neofobia alimentar mostram que a rejeição precoce pode ser alterada com a experiência, indicando que muitos dos alimentos que as crianças rejeitam inicialmente poderão acabar sendo aceitos se a criança tiver ampla oportunidade de provar o alimento em preparações diversas. Geralmente isso ocorre após 10 a 15 apresentações do mesmo

O que “não” fazer quando meu filho não come?
Os hábitos alimentares das crianças são formados desde pequenos e os pais e a escola são os principais colaboradores para sua formação. Os filhos tendem a optar por alimentos normalmente consumidos pelos pais e irmãos mais velhos. É preciso ressaltar que não se deve usar estratégias do tipo: “Come toda a comida que ganha sobremesa” ou “se não comer tudo, vai ficar de castigo”. Estes artifícios não vão fazer com que a criança coma o alimento porque gosta e sim porque vai ter algum benefício ou vai ser castigada se não comer. Estratégias como estas são causadoras das fobias alimentares desenvolvidas por crianças e que podem persistir durante toda a vida.
O que fazer quando meu filho não come?
Portanto, opte por alimentos nutritivos na mesa da família. Varie o cardápio. Tire sempre um tempo para envolver o seu filho no preparo do alimento. A criança poderá experimentar alimentos novos sem traumas se ela ajudar a prepará-los.
A adequada introdução dos novos alimentos nos primeiros anos de vida, com uma correta socialização alimentar, bem como a disponibilidade de variados alimentos saudáveis em ambiente familiar agradável, permite à criança iniciar a aquisição das preferências alimentares responsáveis pelo hábito alimentar saudável.
É importante sempre relembrar:
- Não force a criança a comer, mas não deixe de insistir e criar estratégias para despertar o interesse pelo alimento;
- Agir com naturalidade nos momentos em que houver a recusa, é sempre a melhor opção;
- Fique atenta ao crescimento e ao ganho de peso do seu filho (a);
- Evite comentar com outras pessoas, perto da criança, sobre a rejeição na alimentação, pois ela pode associar que está chamando a atenção de todos com esse comportamento;
- Não recompense de nenhuma maneira, mas principalmente com doces e guloseimas, pois isso pode trazer graves consequências;
- Leve a criança para fazer compras com vocês. Estimule-a a pegar, cheirar e escolher alimentos novos para provar;
- Se aventure na cozinha, peça ajuda da criança para preparar o alimento. Ela pode misturar a salada, colocar os ingredientes no liquidificador. Depois ficará curiosa para experimentar o resultado final;
- Brinque com a criança – “Vou te dar cinco colheradas, algumas com e outras sem ervilha quero ver se você acerta qual está com ervilha! ”Quando a alimentação torna-se divertida, fica mais fácil introduzir coisas novas.
A maturidade do paladar não acontece da noite para o dia. Portanto não se pode desistir de oferecer o alimento à criança nas primeiras recusas. Insista, mude a apresentação do alimento se for o caso.
Muitas vezes a preocupação dos pais, quando seu filho não aceita os alimentos é muito grande, e essa ansiedade pode prejudicar ainda mais a aceitação da criança.
Apesar de qualquer desafio que possamos encontrar com nossos filhos, devemos sempre encarar essas difíceis fases alimentares com muita paciência, criatividade e persistência, nunca forçando, ameaçando ou associando a recusa a eventos negativos. A criança precisa conquistar a confiança do que se come de forma natural e não por estímulos negativos. Por isso, devemos sempre estimulá-las a comer uma grande variedade de alimentos com diferentes gostos, cores, consistências, texturas e temperaturas.
Danila Graciano
Nutricionista da Escola Tarsila do Amaral
CRN: 19809
Mais sobre o nosso projeto alimentar
2 comentários em “Meu filho não come! Cuidados com a Neofobia alimentar”
Meu filho já está a 15 dias na creche,tem 3 aninhos,e ainda não come lá, eu gostaria de levar o lanche, mas eles não permitem, o q fazer?devo ficar tranquila se ele fica 5 ou mais horas sem comer ,conto a partir da hora q ele come em casa.
Meu sobrinho tem 7 anos e ultimamente na hora das refeições ele tem ânsia de vômito e chora porque não quer comer.
Ele só come algumas coisas individuais por vez.
Só arroz branco.
Só macarrão sem nada.
Pão carioca com manteiga.
Pipoca.
Só bebe suco de maracujá ou laranja.
Não come fruta e também não gosta muito de guloseima.
Quando oferecemos um alimento que ele nunca provou ele já diz que não quer porque não gosta, sem ao menos ter provado.
Ele não come carne, nem ovo, nem feijão, nem verdura e quase nada. Minha irmã está extremamente preocupada e não sabe mais o que inventar pra ele comer. Já tentou com delicadeza e também com ameaça, mas não tem quem faça ele comer.
Ele está crescendo, mas não quer comer.
O que devemos fazer? A quem devemos recorrer para nos ajudar?